Um adulto entre 26 e 64 anos deveria dormir entre sete a nove horas por dia, recomenda a National Sleep Foundation (EUA). Esta seria a situação ideal, mas nem sempre acontece. Ainda assim, as mulheres devem atrasar pelo menos mais 20 minutos o despertador.
Texto de Ana Patrícia Cardoso | Fotografia de iStock
As mulheres devem dormir mais do que os homens. Garante o estudo da FitBit, uma empresa norte-americana de pulseiras que medem a atividade física. A equipa de investigadores recolheu informação sobre a noite dos seus clientes durante o ano de 2017 e chegou à conclusão que estes não dormem o suficiente. Os homens dormem, em média, seis horas e 26 minutos e as mulheres dormiam seis horas e cinquenta minutos.
A diferença parece estar no cérebro. Um estudo levado a cabo pela Universidade da Pensilvânia concluiu que a estrutura neurológica feminina permite destacar certas habilidades de comunicação, de capacidade analítica e intuitiva, assim como melhor memória e cognição social.
«Tudo isto faz com que as mulheres estejam mais preparadas para o multitasking (desempenhar várias tarefas ao mesmo tempo) e para resolver problemas, logo precisam de mais descanso para recuperar», diz Jim Horne, neocientista e diretor do Centro de Investigação do Sono da Universidade de Loughborough, no Reino Unido.
As estatísticas apontam para que 63% das mulheres, entre 30 e 60 anos, durmam seis horas por noite.
Apesar de precisarem de mais tempo de sono, a verdade é que nem todas o conseguem. Vários estudos, ao longo dos anos, têm confirmado que as mulheres sofrem mais insónias e têm mais problemas em conciliar o sono do que os homens.
«As mulheres têm o dobro das insónias e sofrem mais do ponto de vista do rendimento cognitivo e somático», diz médico Javier Puertas, membro da Sociedade Espanhola do Sono.
As estatísticas apontam para que 63% das mulheres, entre 30 e 60 anos, durmam seis horas por noite. Ou seja, entre uma a três horas a menos que o recomendado. Esta privação de sono vai notar-se durante o dia, em que estão mais sonolentas, menos concentradas e com aumento de apetite.
Tenha atenção ao que come antes de ir para a cama e evite o uso de aparelhos eletrónicos
Existe também a questão cultural. O médico espanhol diz que «socialmente, as mulheres têm mais preocupações que acabam por levar para a cama. Desde o trabalho, aos filhos, é difícil desligarem de tudo o que têm para cuidar».
Tendo em conta que este é um hábito essencial para a nossa saúde, antes de recorrer a fármacos sem receita, talvez queira começar a fazer ajustes à sua rotina, para ter noites bem dormidas. Por exemplo, tenha atenção ao que come antes de ir para a cama e evite o uso de aparelhos eletrónicos já que a luz azul inibe a produção de melatonina, uma hormona necessária para o ciclo natural do sono.
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