
Mulher de 52 anos vive nas ruas de Los Angeles e foi filmada por um agente da polícia da cidade a cantar uma ópera de Puccini. ‘Tweet’ da polícia chamou a atenção de produtor discográfico que lhe propôs um contrato discográfico.
A mulher puxa um carrinho de compras e carrega vários sacos: é sem-abrigo, vive nas ruas de Los Angeles, EUA, e foi filmada por um agente da polícia, no metropolitano da cidade californiana, a cantar uma obra de Puccini O mio babbino caro, celebrizada por Maria Callas.
O curto vídeo partilhado no Twitter pelo departamento da Polícia de Los Angeles – que já ultrapassou um milhão de visualizações – valeu-lhe um contrato discográfico e a oferta de uma proposta para se tornar cantora profissional de ópera, segundo a comunicação social americana, citada pela Sky News. Mas não é ainda claro se a mulher o aceita.
4 million people call LA home. 4 million stories. 4 million voices…sometimes you just have to stop and listen to one, to hear something beautiful. pic.twitter.com/VzlmA0c6jX
— LAPD HQ (@LAPDHQ) September 27, 2019
“Quatro milhões de pessoas chamam casa a Los Angeles. Quatro milhões de histórias. Quatro milhões de vozes… Às vezes só precisamos de parar e ouvir uma, para ouvir algo bonito”, escreveu a polícia. Emily Zamourka, a mulher de quem se fala, ficou incrédula com a reação das pessoas.
Segundo o canal de entretenimento TMZ, o produtor musical Joel Diamond ofereceu um contrato profissional a esta mulher com planos de editar um disco que será um “enorme sucesso de clássicos” para a “soprano do metro”.
Violinista e pianista de formação clássica, Emily, 52 anos, cresceu na Rússia e mudou-se para Los Angeles em 1992 para realizar o sonho de se tornar cantora e intérprete, mas quando lhe roubaram o seu violino, em 2016, tornou-se muito difícil conseguir para pagar as suas contas e acabou despejada do seu apartamento. “Eles partiram, roubaram o meu violino quando eu tocava no centro da cidade. E foi aí que todos os meus problemas começaram”, disse Emily.
Agora tudo parece ter mudado. “Se a vontade de Deus mudar a minha vida, eu rezarei e serei muito grata a qualquer um que esteja a tentar ajudar-me a sair das ruas. E ter o meu próprio lugar e o meu instrumento. De alguma forma, eu amo ainda estar na música.”
We saw with our brains, but we listened with our hearts.
Her voice continues to captivate our city, and as the offers for help pour in, we asked: “Emily, what can we do for you?” Her answer: “I want to thank Officer Frazier for taking the video.”
Her wish was granted tonight. pic.twitter.com/lH4V51YTZ4
— LAPD HQ (@LAPDHQ) October 3, 2019
Emily vai para já participar num evento promovido pela Associação Little Italy de Los Angeles no próximo sábado. E já deixou um agradecimento ao agente Frazier que a gravou.
Se esta parece uma história só possível na América, também houve um conto de fadas em Portugal. Dona Rosa vendia cautelas e pedia nas ruas da Baixa de Lisboa, enquanto cantava com ferrinhos. Um dia foi ouvida por um produtor austríaco, na Rua Augusta, e este propôs-lhe um contrato discográfico. Hoje, Dona Rosa já editou cinco álbuns (o último, Lisboa, em 2016, com os Oquestrada). Histórias da rua, o primeiro disco, já de 2000, foi o seu primeiro cartão-de-visita.