Almoços em família ainda vá: a pessoa exibe o seu melhor sorriso e aguenta umas horas. Mas e se essas horas passarem a dias porque o almoço de fim de semana, de repente, virou umas férias com os sogros? O que fazer quando aquela viagem com o parceiro inclui levar também os pais dele?
Texto de Ana Pago | Fotografias da Shutterstock
CONVERSEM BASTANTE

O facto de irem partilhar muito tempo juntos não tem de ser um desastre, sobretudo porque cada família encontrará a sua própria forma de fazer a gestão de eventuais conflitos, explica a psicóloga e terapeuta familiar Catarina Rivero. Isso implica que o casal possa falar abertamente sobre aquilo que pode correr mal, as suas preocupações e o que ambos estão dispostos a fazer para se manterem unidos nesta experiência de passar férias com os sogros, de modo a saírem reforçados dela.
TIRE PARTIDO

É a psicóloga Catarina Rivero quem o diz: «A vida é feita de descontínuos e naturalmente que surgirão situações que nos desagradam e outras que serão muito boas.» O truque para não nos deixarmos afetar demasiado pelas primeiras é fazer a distinção entre desconfortável e terrível, pensando: «Se algo desagradável acontecer, até pode ser desconfortável, mas não o fim do mundo.» O seu sogro insiste em fazer grelhados todos os dias? Deixe-o, pelo menos é saudável e ele fica feliz, além de não ter de cozinhar. Assim como assim, são só uns dias.
ESPAÇOS SEPARADOS

Este é um ponto importante para evitar invasões de privacidade também à noite, a somar àquelas que decorrem naturalmente de se ter muita gente junta no mesmo espaço durante o dia, com hábitos diferentes e formas distintas de estar. Se até nem se importa de ter o seu sogro de volta do grelhador a semana inteira, pode ser bem menos pacífico deparar-se com ele a sair do duche enrolado numa toalha. Ou sentir-se à vontade para dormir de cuecas e T-shirt com a sogra ali ao lado.
DIVIDAM AS DESPESAS

Uma coisa é permitir aos sogros pagarem um jantar ou fazerem vocês a gentileza de lhes oferecer um passeio; outra bem diferente é deixarem-nos cobrir na íntegra as despesas dessas férias em conjunto e passarem a semana a sentir que têm, por essa razão, de se sujeitar a todos os programas que eles decidirem. O melhor, de um modo geral, é irem dividindo contas. «E prevenirem este foco de conflito habitual com conversas abertas sobre as expetativas de parte a parte», aponta a terapeuta familiar Catarina Rivero.
CONTEMPORIZE

Se os seus sogros se ofereceram para passar algum tempo com as crianças e aceitou que o fizessem, tente controlar-se para não impor o que eles devem dar-lhes de comer, as horas exatas a que têm de deitá-los e uma série de outras exigências que poderão ser mal interpretadas. Facto: vocês são os pais, sabem o que é melhor para os vossos filhos. Mas os sogros também são avós, categoria que os habilita a um pouco mais de mimos de vez em quando. E à sua maneira só estão a querer ajudar, pelo que este não é o melhor momento para censuras.
RELAXE

Enquanto isso, já que têm com quem deixar as crianças, aproveitem para uma saída a dois, um jantar romântico ou até aquela massagem de casal que o hotel disponibiliza e ainda não tinham podido considerar por falta de oportunidade. Todas as famílias são diferentes, com diferentes formas de fazer as coisas – não forçosamente piores do que a sua. E se os seus sogros criaram a pessoa com quem divide a vida, também saberão cuidar dos netos por um par de horas.
SEJA FLEXÍVEL

Os seus sogros gostam de ir à praia cedo, de comer fora, de visitar museus, de dormir a sesta? Pois perceba se lhe custa assim tanto ajustar as suas inclinações às deles e crie, sempre que possível, programas inclusivos que agradem a todos. É importante cultivar o seu próprio tempo/espaço de qualidade – não têm de andar todos a reboque. Por outro lado, respeitar os gostos dos outros pode custar muito pouco face ao tanto que dá ao vínculo familiar.
PENSE ANTES DE FALAR

Sendo uma regra de ouro em qualquer relacionamento, não há razão nenhuma para não funcionar também com os sogros: pense antes de falar se a vossa viagem de família azedar por algum motivo. «Evite cair no sarcasmo ou em críticas mútuas. Mantenha antes uma lógica de reforço e elogio, em privado e em público», aconselha Catarina Rivero. Caso sinta a cabeça demasiado quente para raciocinar com clareza, prefira sempre dar uma volta para espairecer antes de dizer algo de que possa vir a arrepender-se mais tarde.
DISCUTA EM PRIVADO

E por discussões, aqui, entenda-se desabafar sobre aquilo que possa estar a correr menos bem na experiência em família, possíveis constrangimentos que sinta ou alguma atitude do outro que o/a tenha magoado particularmente nesta altura de maior vulnerabilidade. Seja como for, nunca o faça na frente dos seus sogros. Ninguém merece essa exposição (eles incluídos), além de que conversas em privado evitam que se intrometam, façam juízos de valor ou tomem partidos.
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